Killing Eve desconstrói mitos, humaniza e desnuda personagens com diálogos inteligentes e personagens carismáticos

Criada por Phoebe Waller-Bridges ( Fleabag), Killing Eve ao longo de 3 temporadas, vem conquistando fãs e inúmeros prêmios.
Inspirada no livro Codinome Villanelle, Killing Eve escapa do estereótipo do masculin0 no ofício investigativo ao colocar duas protagonistas femininas, forte, livre dos clichês de músculos, tiros e habilidades sobre-humanas.
A primeira vista seria uma série de detetive, uma caçada à la gato e rato entre a investigadora Eve Polastri ( Sandra Oh) e a assassina Villanelle (Jodie Comer).
Eve vive uma vida comum, com um trabalho burocrático, enfadonho, até que um dia descobre a conexão entre uma série de assassinatos que todos diziam serem praticados por um homem, não por uma mulher.
Uma obsessão mútua nasce entre Eve e Villanelle.
Uma atração psicológica ambígua, alimentada por diálogos inteligentes do ácido humor britânico e pelo volume máximo de tensão com contornos sexuais.
Desconstruindo Eve

De forma literal, killing significa “matar, assassinato”, porém, como adjetivo significa “irresistível”.
É com esses dois termos que vemos a desconstrução que Eve ao longo das temporadas, uma personagem que mesmo tendo um emprego estável, amigos e um marido bonitão, vive o antagonismo da mulher moderna, empoderada, ou seja, é o bastante, ou há o desejo do algo mais?
Focada, resiliente e com a moral acima de qualquer suspeita, essa é a Eve.
Por outro lado, temos Villanelle, uma assassina sedutora, materialista e sem empatia que odiamos amar pelo grau de humanidade que dá a personagem.
Quando esses dois universos se encontram há um choque de realidade?
” Acho que o meu monstro encoraja o seu monstro, certo? Acho que todos temos monstros dentro de nós”

Killing Eve
Nesta terceira temporada de Killing Eve, temos acesso a mais camadas dessas personagens, ora fragilizadas, ora fortes e conseguem aprofundar mais em Villanelle e suas origens e em Carolyn e seu relacionamento com a sua filha.
Mulheres inseridas em um mundo masculino, numa vida enfadonha, desajustadas com emoções complexas e com dores internalizadas.
Junta-se a dupla Carolyn ( Fiona Shaw), chefe do MI6 – Serviço da Inteligência Britânica – fria e introspectiva que internaliza tudo e todos.
Em um dos momentos ápices dessa temporada, as personagens são levadas a enfrentar o passado para achar respostas para o futuro.
Temos a capacidade de mudar? Até que ponto somos influenciáveis?
Ou como uma das protagonistas diz ” Acho que o meu monstro encoraja o seu monstro, certo? Acho que todos temos monstros dentro de nós”.
Definitivamente é uma trama repleta de personagens ambíguas, feminina sem feminismo e com ótimas atuações.
Com 3 temporadas, cada temporada com 8 episódios, ou seja, curta e ótima para maratonar e ficar em dia para a última temporada em 2022.
Portanto, uma série indicada para os querem sair dos maneirismos.
Ligações externas
IMDB : Killing Eve: Dupla Obsessão (Série TV 2018-2022) – IMDb